A Escola de Políticas Públicas e Governo da Fundação Getúlio Vargas - FGV EPPG, localizada em Brasília/DF, iniciou sua operação em 2019 e foi criada com a missão de contribuir para um Brasil mais bem governado.
Mais desenvolvido e mais justo para todos os seus cidadãos. Diferente de qualquer outra faculdade no Brasil, a FGV EPPG busca formar líderes capazes de mudar o Brasil.
Num momento em que o mundo se torna cada vez mais virtual, a FGV EPPG entende que os líderes aqui formados precisam estar, mais do que nunca, com os pés firmemente alicerçados no mundo real. Uma liderança para a mudança, termo que indica o ou a estudante da FGV EPPG, é aquela que aprende a ter proximidade física e percepção direta das riquezas, dos problemas sociais, dos ecossistemas e das pessoas que vivem em cada um dos mais variados rincões do planeta. O nosso estudante é o líder emergente capaz de transitar no extraordinariamente diverso mundo real, que poucos conhecem a fundo, assim como no complexo mundo virtual que evolui e se transforma incessantemente. A líder FGV EPPG integra com efetividade esses dois mundos e aprende a agir como uma protagonista altamente eclética e adaptável mobilizando mudanças positivas na construção de um mundo sustentável, justo e mais igualitário.
Para alcançar esse objetivo, a FGV EPPG construiu seu projeto pedagógico alicerçado em quatro pilares: excelência acadêmica, formação integral global, aprendizado na prática e intercâmbio nacional e internacional.
A capacidade de transitar com distinção nos mundos real e virtual é construída pelo segundo pilar pedagógico, a formação integral global.
A formação integral global perpassa os quatro anos com estudos e atividades de campo intensas, num programa de tempo integral. No primeiro ano, os futuros líderes são confrontados física e intelectualmente com as várias dimensões da realidade do Distrito Federal, ampliando, com o passar dos anos, para as várias regiões do Brasil, para a América Latina e, finalmente, para o mundo.
Durante esse trajeto, além das competências exigidas pelas DCNs, os estudantes aprendem a interagir com pessoas das mais diferentes faixas de renda, etnias e culturas, comunicando-se em espanhol, inglês, ou outras línguas, nas suas atividades de campo pelo mundo. As expedições, que são apenas uma das facetas mais intrigantes e estimulantes desse pilar pedagógico, jamais podem ser confundidas com excursões, passeios ou retiros de integração. Antecipando cada expedição há uma série de atividades de treinamento físico e planejamento logístico. Durante as expedições, todos os seus integrantes estão sempre cumprindo alguma função no grupo. Ali, aprendem a chefiar, a planejar, a organizar, a executar, a sobreviver em ambiente hostil, a apoiar colegas em necessidade, a superar obstáculos aparentemente impossíveis e aprendem, acima de tudo, a descobrir que a diversidade dentro do grupo como fora representa um elenco indescritível de virtudes as mais diversas.
Aqueles valores fundamentais de que tanto se fala em teoria nos projetos pedagógicos dos cursos superiores típicos como ética, direitos humanos, diversidade racial, proteção do meio ambiente, integridade, solidariedade, dentre outros, adquirem paulatinamente um nível expressivo de concretude ao serem exercitados e vivenciados em decisões que exigem preparação, resiliência, humildade, desprendimento e solidariedade. Nas expedições, os estudantes descobrem que esses aspectos e valores não são obrigações, mas sim um conjunto maravilhoso de valores que preenchem a alma com profunda alegria e satisfação ao sentirem que, gradualmente, ela se torna parte íntegra do seu ser.
Nas atividades de campo, os estudantes que hoje fazem um trecho de 313 km do Caminho de Santiago de Compostela, realizaram atividades preparatórias críticas para esta expedição nos seus primeiros três anos. Iniciaram no primeiro ano interagindo com as riquezas, os potenciais econômicos e ambientais, os problemas sociais, a estrutura de governo, os espaços históricos de Brasília e uma expedição de três dias à Chapada dos Veadeiros. No segundo ano, os estudantes fizeram um curso de 54 horas ininterruptas mergulhados na selva amazônica aprendendo 20 tipos de habilidades necessárias para sobreviver na selva. Visitaram ainda a fronteira com a Venezuela e conheceram a Operação Acolhida onde mais de uma centena de organizações nacionais e internacionais trabalham em surpreendente sincronia com o apoio do Exército Brasileiro. No terceiro ano, realizaram uma expedição de mais de 80 km de Cusco a Machu Picchu pela trilha Salkantay, atravessando passos a 4600 m de altitude, conhecendo e interagindo com populações nos pequenos povoados do Peru, passando por ruínas incas e pela riquíssima diversidade ecológica da região.
Apresentamos nesta série de diários FGV EPPG do Caminho de Santiago, o Prof. Georges Kanaan e os cinco estudantes selecionados para fazer a derradeira expedição do curso de graduação.
Edson Kenji Kondo
Diretor da Escola de Políticas Públicas e Governo da FGV