Dia 10
Mais 30km percorridos.
Durante o caminho, encontramos peregrinos que já nos conhecem pelo nome, devido a encontros anteriores. A diversidade de pessoas encontradas é enorme, com predominância de europeus, americanos, orientais e alguns poucos brasileiros.
O trecho possui belas paisagens de florestas e rios, com muitos albergues, igrejas e bares. Passamos por San Sebastián de Carballal, San Xulián do Camiño, Pontecampaña, Mato e Leboreiro, com destaque para os típicos silos de armazenamento de alimentos.
Seguimos pelo rio Furelos, passando por Melide, até chegar a Arzúa.
Além da história e geografia locais, nos chamaram a atenção os relatos de alguns peregrinos dos motivos que os fizeram estar ali.
Conhecemos Wellington, paulista de 41 anos, que veio ao Caminho de Santiago para agradecer à Nossa Senhora de Fátima, ao final de 800km, pela cura de um câncer.
Bill, norte-americano, veio ao Caminho para refazer os passos que seu filho, hoje falecido, percorreu há quatro anos. Chegando em Cruz de Ferro, ponto mais alto do Caminho, depositou as cinzas, como um gesto de amor e homenagem.
Um dinamarquês nos contou que, um certo dia, decidiu sair bem cedo, a fim de "ouvir o silêncio". Porém, deparou-se com duas mulheres que não paravam de conversar em tom alto. Inicialmente, irritou-se com aquilo, mas decidiu mudar sua perspectiva e encontrar beleza nas vozes de suas conversas.
"O Caminho para o peregrino nasce no ponto de que parte, leva-o até Compostela e depois devolve-o ao local de origem.
[...]
O Caminho para o peregrino é tudo, a terra que pisa e o ar que respira, a chuva e o vento, o calor e o suor vividos."
Alunos 4° ano do Curso de Graduação de Administração Pública da FGV EPPG Brasília.